A desigualdade de gênero no âmbito desportivo percebida a partir de disparidades na valorização econômica de atletas no futebol

Autores

  • Ana Luiza Baccin Carvalho Universidade Federal do Paraná/UFPR

Palavras-chave:

Esporte, Feminismo, Direito Desportivo, Futebol

Resumo

O presente artigo busca analisar as desigualdades relativas ao gênero no ambiente esportivo. Parte-se de uma noção histórica sobre a influência das correntes feministas no meio desportivo, bem como é demonstrada a necessidade de uma perspectiva interseccional para este estudo. Optou-se por tratar de maneira específica o futebol para delimitar o âmbito de estudo. Assim, realizou-se uma abordagem qualitativa de dados provenientes de outros estudos que versaram sobre tais pontos dentro deste esporte. A partir disso, constatou-se que no meio esportivo a presença e a importância dada às mulheres ainda são diminutas. Apesar de algumas recentes medidas tomadas para a redução da desigualdade de gênero, ainda há a necessidade de outras ações da iniciativa privado e do Estado. Destaca-se também a relevância da mídia no que diz respeito a dar maior visibilidade às modalidades femininas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Luiza Baccin Carvalho, Universidade Federal do Paraná/UFPR

Graduada em Direito pela Universidade Federal do Paraná; ana.baccin.carvalho@gmail.com.

Referências

ADAMS, Mary Louise. Feminist politics and sport. In: BAIRNER, Alan; KELLY, John; LEE, Jung Woo. (ed.). Routledge handbook of sport and politics. London: Routledge, 2017. p. 115-125.

BANDY, Susan J. Estudos de gênero e esportes: uma perspectiva histórica. Ponto Urbe – Revista do Núcleo de antropologia urbana da USP, São Paulo, v. 29, p. 1-25, 2021. Disponível em: https://journals.openedition.org/pontourbe/11510#:~:text=O%20trabalho%20de%20Susan%20K,de%20g%C3%AAnero%20na%20cultura%20americana. Acesso em: 10 set. 2022.

BARRETO, João Pedro. Futebol feminino: primeiros passos após a obrigatoriedade. Jornalismo Júnior, São Paulo, 28 de set. de 2020. Disponível em: http://jornalismojunior.com.br/futebol-feminino-primeiros-passos-apos-a-obrigatoriedade/. Acesso em: 16 dez. 2020.

BILGE, Sirma. Parnoramas recentes do feminismo na interseccionalidade. Revista Escritas do Tempo, v. 2, n. 6, p. 236-256, out./dez. 2020.

BRASIL. Decreto-Lei n. 3.199, de 14 de abril de 1941. Estabelece as bases de organização dos desportos em todo o país. Brasília, DF: Presidência da República, 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/del3199.htm. Acesso em: 30 out. 2020.

BRASIL. Deliberação n. 7 do Conselho Nacional de Desportos, de 02 de setembro de 1965. Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/deliberacao-n-7-2-agosto-1965/. Acesso em: 30 out. 2020.

BRASIL. Recomendação n. 2 do Conselho Nacional de Desportos, de 18 de março de 1986. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/3430545/pg-27-secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-18-03-1986. Acesso em: 30 out. 2020.

BULLÉ, Jamille. Mulheres negras ainda são minoria em cargos de comendo no futebol feminino; Séria A1 não tem nenhuma treinadora negra. Globo Esporte, Rio de Janeiro, 20 de novembro 2020. Disponível em: https://globoesporte.globo.com/blogs/coisa-do-genero/post/2020/11/20/mulheres-negras-ainda-sao-minoria-em-cargos-de-comando-no-futebol-feminino-serie-a1-nao-tem-nenhuma-treinadora-negra.ghtml. Acesso em: 16 dez. 2020.

CANTENERAS, Carla. Vai ser feriado nos dias dos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2018?. R7 Esportes, São Paulo, 16 de maio de 2018. Disponível em: https://esportes.r7.com/copa-2018/vai-ser-feriado-nos-dias-dos-jogos-do-brasil-na-copa-do-mundo-de-2018-21052018. Acesso em: 26 dez. 2020.

COLLINS, Patricia Hill. Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness, and the Politics of Empowerment. New York: Routledge, 2000.

CRENSHAW, Kimberle. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. University of Chicago Legal Forum, 1989, p. 139-167. Disponível em: https://chicagounbound.uchicago.edu/uclf/vol1989/iss1/8. Acesso em: 12 nov. 2020.

CRENSHAW, Kimberle. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 1, n. 10, p. 171-188, jan./jun. 2002. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ref/v10n1/11636.pdf. Acesso em: 18 nov. 2020.

DIAS DE JOGO DO BRASIL NA COPA NÃO SERÃO FERIADO, DIZ MINISTÉRIO DO TRABALHO. iG São Paulo, São Paulo, 24 de maio de 2018. Disponível em: https://esporte.ig.com.br/futebol/copa-do-mundo-2018/2018-05-24/brasil-feriados.html. Acesso em: 26 dez. 2020.

GEOVANA, Milena. A gritante diferença salarial entre mulheres e homens no futebol. Alma Preta, 20 de jun. de 2019. Disponível em: https://almapreta.com/editorias/o-quilombo/a-gritante-diferenca-salarial-entre-mulheres-e-homens-no-futebol. Acesso em: 23 nov. 2020.

GOVERNO DO ESTADO PLANEJA PROGRAMA DE INCENTIVO AO FUTEBOL FEMININO. ASCOM SETRE, Salvador, 27 de jun. de 2019. Disponível em: http://www.setre.ba.gov.br/2019/06/1946/Governo-do-Estado-planeja-programa-de-incentivo-ao-futebol-feminino-.html. Acesso em: 23 dez. 2020.

GUEDES, Maria Eunice Figueiredo. Gênero, o que é isso?. Psicologia Ciência e Profissão, n. 15, p. 4-11, 1995. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/np6zGkghWLVbmLtdj3McywJ/?lang=pt. Acesso em: 06 set. 2022.

HENDERSON, Debra; TICKAMYER, Ann. The Intersection of Poverty Discourses: Race, Class, Culture and Gender. In: DILL, Bonnie Thornton; ZAMBRANA, Ruth Enid. (Eds.). Emerging Intersections. Race, Class and Gender in Theory, Policy and Practice. New Brunswick: Rutgers UP, 2009. p. 73-100.

HEYWOOD, Leslie; DWORKIN, Shari. Built to Win: the Female Athlete as Cultural Icon. Minneapolis: University of Minenesota Press, 2003.

HOOKS, Bell. Feminist Theory: From the Margin to the Center. Boston: South End Press, 1984.

JAEGER, Angelita Alice. Gênero, Mulheres e Esporte. Movimento, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 199-210, jan./abr. 2006.

LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Editora Cultrix, 2019.

MAGRI, Diogo. Da proibição à obrigação, o futebol feminino desafia os clubes brasileiros em 2019. El País, São Paulo, 13 de abr. de 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/11/deportes/1555012178_170838.html#:~:text=Quarenta%20anos%20depois%20da%20permiss%C3%A3o,ao%20menos%20um%20campeonato%20oficial. Acesso em: 20 dez. 2020.

OLIVEIRA, Monique Crisitiane de et al. A Representatividade Feminina na Estrutura Organizacional dos Clubes de Futebol Brasileiros. In: USP INTERNATIONAL CONFERENCE IN, ACCOUNTING, 19., 2019, São Paulo. Anais[…] São Paulo: USP, 2019. Disponível em: https://congressousp.fipecafi.org/anais/19UspInternational/ArtigosDownload/1856.pdf. Acesso em: 30 nov. 2020.

PAIVA, Vitor. Até que enfim: Globo vai transmitir jogos do Brasil na Copa feminina. Hypeness, São Paulo, 12 de dez. de 2018. Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2018/12/ate-que-enfim-globo-vai-transmitir-jogos-do-brasil-na-copa-feminina/#:~:text=Um%20importante%20passo%2C%20no%20entanto,os%20jogos%20da%20Sele%C3%A7%C3%A3o%20Brasileira. Acesso em: 26 dez. 2020.

PASSERO, Julia Gravena; BARREIRA, Júlia; TAMASHIRO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; GALATTI, Larissa Rafaela. Futebol de Mulheres Liderado por Homens: uma análise Longitudinal dos Cargos de Comissão Técnica e Arbitragem. Movimento, Porto Alegre, v. 26, e26060, 2020. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/100575. Acesso em: 15 dez. 2020.

PRADO, Vagner Matias; NOGUEIRA, Alessandra Lo Gullo A. Transexualidade e esporte: o caso Tiffany Abreu em jogo. Revista Eletrônica de Interações Sociais, 2018. Disponível em: https://periodicos.furg.br/reis/article/view/8055. Acesso em: 08 set. 2022.

SANTOS, Doiara Silva dos; MEDEIROS, Ana Gabriela Alves. O futebol feminino no discurso televisivo. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, v. 34, n. 1, p. 185-196, jan./mar. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbce/v34n1/v34n1a13.pdf. Acesso em: 26 dez. 2020.

SILVA, Maria Eduarda Aguiar da. A divisão no esporte deve ser separada por sexo ou gênero. Revista Docência e Cibercultura, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 236-249, jan./abr. 2019. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/re-doc/article/view/39707#:~:text=A%20DIVIS%C3%83O%20NO%20ESPORTE%20DEVE%20SER%20SEPARADA%20POR%20SEXO%20OU%20G%C3%8ANERO,-Maria%20Eduarda%20Aguiar&text=Neste%20trabalho%20s%C3%A3o%20apresentados%20argumentos,narrativa%2C%20evidenciando%20o%20protagonismo%20necess%C3%A1rio. Acesso em: 09 set. 2022.

STASIULIS, Daiva. Feminist intersectional theorizing, In: LI, Peter. (ed.). Race and Ethnic Relations in Canada. Toronto: Oxford UP, 1999. p. 347-397.

THOMSON, Anna; LEWIS, Aimee. Men get more prize money than women in 30% of sports. BBC Sport, 28 de out. de 2014. Disponível em: https://www.bbc.com/sport/football/29744400. Acesso em: 23 nov. 2020.

Downloads

Publicado

2023-01-27

Como Citar

CARVALHO, A. L. B. . A desigualdade de gênero no âmbito desportivo percebida a partir de disparidades na valorização econômica de atletas no futebol. Revista da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 1, n. 32, p. 79–99, 2023. Disponível em: https://revista.defensoria.rs.def.br/defensoria/article/view/522. Acesso em: 3 dez. 2024.